Frank Duff nasceu no dia 7 de junho de 1889 que, dois dias mais tarde, recebia no batismo o nome de Francis Michel Duff. O batismo ocorreu no Domingo de Pentecostes, na solene festa do Espírito Santo. Frank teve seis irmãos, sendo que dois morreram bem novos. Quatro cresceram com Frank: o seu irmão John, as irmãs Isabel, Ailis e Sara Geraldine. Os pais deram aos filhos o exemplo de uma fé viril e alegre, levando a família permanecer unida por toda a vida.
Ele gostava muito de esportes, entre eles tênis, corridas, natação e críquete. Gostava muito de rir, revelando um profundo senso de humor. Aos 19 anos, Frank terminou os estudos com distinção no colégio Blackrock e requereu emprego no funcionalismo civil, um passo normal dado a tradição da família. Em seguida, o pai de Frank ficou doente e teve de se aposentar, ficando Frank como principal arrimo da família.
Embora absorvido pelo trabalho, Frank praticava a religião devotamente. Participava da missa comungando diariamente, sendo que esta prática ainda não era comum entre os católicos. Também visitava diariamente o Santíssimo Sacramento e rezava o Rosário. Para Frank era coisa natural nunca começar o dia sem a Sagrada Comunhão. Mais tarde, na vida, costumava participar diariamente em duas missas. Em 1913, com 24 anos de idade, decidiu rezar diariamente o Oficio Divino.
Em 1913 um colega de trabalho procurou levá-lo a participar da Sociedade São Vicente de Paulo, uma associação de leigos, fundada por Frederico Ozanan, em 1833. Dedicada ao serviço dos pobres, é composta por conferências e tratam-se uns aos outros como irmãos.
Frank associou-se à Conferência de N. Senhora do Monte Carmelo e começou visitando os habitantes dos cortiços. No ano seguinte, tornou-se secretário da conferência, cargo que ocupou até assumir a presidência da Conferência de S. Patrício, em Myra House. Myra House funcionava como um centro social católico. As mulheres ajudavam os Vicentinos, servindo o café às crianças pobres, nas manhãs de Domingo. Mais tarde, as senhoras se juntaram a alguns vicentinos para formar uma Associação Pioneira de Abstinência Total, cujos membros, por amor a Cristo e em reparação do vício do alcoolismo, se comprometem a abster-se de bebidas alcoólicas durante toda vida. Frank foi fiel a esta promessa durante toda vida.
Quando o pai de Frank faleceu, e como filho mais velho, teve de ajudar a sustentar a família. No dia 07 de setembro de 1921 às 20 horas, horário que a igreja rezava as vésperas da festa da Natividade de Nossa Senhora, reuniram várias mulheres. Participaram desta reunião quinze pessoas que foram surpreendidas por um pequeno altar. "Frank Duff também tomou parte na reunião". Sobre uma toalha branca, havia uma imagem de N. Senhora Medianeira de Todas as Graças, que Frank recebera de seu amigo Gabbet, ladeada de dois vasos de flores e duas velas. Este altar foi preparado pela jovem Alice Keogh. Invocado o Espírito Santo e rezado o terço, discutiu-se o trabalho a fazer. Foi decidido reunir semanalmente; o primeiro trabalho seria a visita, em pares, ao Hospital União.
Os homens não entrariam no grupo, por enquanto, exceção feita para Frank Duff, força motriz desde o começo, nem seria dado qualquer auxilio material. Em alguns meses após a fundação, já participavam setenta irmãs. Frank participou de todas as reuniões. Ele tomou consciência de que Nossa Senhora lhe arrancara o leme das mãos e passara a orientar o pequeno grupo. Em novembro de 1925, a Associação de Nossa Senhora da Misericórdia tinha estabelecido outros grupos: Imaculada Conceição, Nossa Senhora do Sagrado Coração e Refugio dos Pecadores. Os líderes de cada equipe se reuniram em Myra House para escolher um título geral para a associação. Na véspera deste encontro, Frank Duff estava no seu escritório e parou em frente de um grande quadro de Nossa Senhora que ornava uma das paredes e, de repente, surgiram espontaneamente as palavras Legião de Maria. Inicialmente este título não foi aceito. Finalmente, os delegados, incapazes de encontrar um título mais adequado, unanimente aceitaram o "Legião de Maria" de Frank.
O termo Legião abriu novos horizontes, na mente de Frank.
Frank utilizou seu conhecimento sobre o latim, e escolheu nomenclaturas para a Legião. Também transformou o estandarte da Legião Romana, trocando a águia pela pomba, símbolo do Espírito Santo, e o comandante supremo por Nossa Senhora.
O compromisso legionário foi escrito por Frank Duff e dirigido ao Espírito Santo. Muitos anos mais tarde, Paulo VI declararia, que esta promessa encorajou milhares de legionários a aceitar a responsabilidade do martírio.
Também foram escritas as orações da legião e através das mãos do artista Hubert McGoldrick, desenhado o quadro da Legião de Maria que iria compor as orações da Legião. Frank Duff relata que ao se dirigir às legionárias, avisando de que um dia, seu movimento englobaria o mundo inteiro. "elas passaram quase cinco minutos em uma estrondosa gargalhada", relembrou Frank após alguns anos. Em 1927, com a expansão da Legião de Maria, tornava-se necessário elaborar um documento escrito para podre difundir a Legião. Frank senta-se e escreve. Depois de um breve relato sobre as origens da Legião, os seus objetivos e espiritualidade, apresenta as regras. A brochura daí resultante recebeu o nome de Manual da Legião de Maria.
O manual da Legião de Maria é a autobiografia de Frank Duff. É assim, não só no senso que ele escreveu isto, mas também porque encarna todos seus ideais básicos e atitudes, porque ele viveu isto antes de o escrever.
A Legião de Maria difundi-se na Escócia, em Londres, Paris e na Índia. Em novembro de 1931 a Legião se difundiu em Novo México e no ano seguinte, foi a vez do Canadá fundaram o primeiro Praesidium. A Legião de Maria, não sem dificuldades passava a receber aprovação em várias partes do mundo. Frank Duff conseguiu uma audiência com o Papa Pio XI para lhe pedir que o santo padre aprovasse a difusão do Movimento pelo mundo. Sua santidade disse a Frank Duff: "É com todo coração que manifesto esse desejo". "Esta obra vem de Deus". Pouco depois, Frank recebeu uma carta do Santo Padre, em que concedia uma benção especial a Legião de Maria, chamando-a de "uma bela e santa obra".
Legião de Maria cresceu tão rapidamente porque inspirava a seus membros uma atividade apostólica surpreendente. Muitos foram os enviados para expandir a Legião de Maria no mundo. A enviada pioneira da Legião de Maria, Celia Shaw, viajou para Los Angeles, em 1935. Dois enviados, Alfie Lambe, que trabalhou com muito êxito, na América do Sul, e Edel Quinn, que ganhou reputação de grande santidade, na África, são candidatos à canonização. Na partida de Edel Quinn para África, Frank Duff chorou. Contrariando a muitos, ele aceitou o pedido de Edel, para aceitá-la como enviada. Edel nunca mais voltou à Irlanda, morrendo na África. Entre os enviados ainda podemos citar: Joaquina Lucas, que trabalhou na América do Sul, Pacita Santos, enviada para a Espanha e Filipinas e Teresa Su, enviada para a Indonésia. Frank amou seus enviados com um amor verdadeiramente paternal.
Interrogado sobre a continuação da Legião após a sua morte, Frank respondeu: "Não sei. Uma coisa posso dizer: pervertei a sua espiritualidade no mínimo que seja e a Legião desmoronar-se-á como um castelo de cartas".
Frank Duff, faleceu, aos 91 anos de idade no dia 7 de novembro de 1980. No dia de Junho de 1996, foi assinada a introdução oficial do pedido de beatificação.
A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade. Qualquer Bispo pode promover uma causa de canonização, pois têm autoridade para isso, assim, em qualquer diocese do mundo pode-se iniciar uma causa de canonização. O processo para a canonização tem uma primeira etapa na Diocese em que faleceu o Servo de Deus. A segunda etapa tem lugar em Roma, onde se examina toda a documentação enviada pelo Bispo diocesano. Após exame profundo da documentação efetuada pelos teólogos e especialistas, compete ao Papa declarar a heroicidade das virtudes, a autenticidade dos milagres, a beatificação e a canonização.
A tramitação do processo de santidade de um católico morto com fama de santo passa por etapas bem distintas. Cinco anos após a sua morte, qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo, através de um postulador, constituído mediante mandato de procuração e aprovado pelo bispo local. Juntam-se os testemunhos e pede-se a permissão à Santa Sé. Quando se consegue esta permissão, procede-se ao exame detalhado dos relatos das testemunhas, a fim de apurar de que forma a pessoa em questão exercitou a heroicidade das virtudes cristãs. Quando a causa é iniciada, o candidato recebe o título de Servo de Deus O primeiro processo é o das virtudes ou martírio. Em se tratando de um mártir, devem ser estudadas as circunstâncias que envolveram sua morte para comprovar se houve realmente o martírio. Ao terminar este processo, a pessoa é considerada Venerável.
Aos bispos diocesanos compete o direito de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade, milagres aduzidos, e, cuja canonização se pede. Este é o passo mais demorado porque o postulador deve investigar minuciosamente a vida do Servo de Deus. Este levantamento de informações é enviado à Santa Sé. Se o exame dos documentos é positivo, o "servo de Deus" é proclamado "venerável". O segundo processo é o milagre da beatificação. Para se tornar beato é necessário comprovar um milagre ocorrido por sua intercessão. No caso dos mártires, não é necessária a comprovação de milagre.